102. A Aurora no Castelo

Eril Van Vossen, filha de Erik, sacerdotisa de Travel.

Antes: 101. Infiltração na Fortaleza

Um dos guardas gauleses acompanha Eris e Eril até um aposento no segundo andar da fortaleza, e informa que todas aquelas mulheres que estavam ali estavam sendo aguardadas para uma festa que começará de manhã cedo, no castelo.

O aposento parecia um tipo de harém, com locais reservados para banho e descanso. Quando os guardas retornam pelo corredor, Ferro se esconde atrás de uma coluna lateral, e não é visto. Após algum tempo, uma senhora de meia idade chega ao aposento, e indica às gêmeas o procedimento de preparação, numa sala onde há roupas limpas, maquiagens e perfumes.

– Antes, vocês devem devem se banhar nas termas quentes do salão maior* – Informa Madame Rasguette.

Esgueirando-se de longe, Ferro se admira com o que lhe parece uma visão do paraíso: uma dezena de mulheres seminuas, tomando banho quente nas termas da fortaleza de Galen. Sem conseguir controlar os impulsos, ele se aproxima sorrateiramente do harém e consegue agarrar uma das prostitutas que se afastava para a sala de preparação, e violenta a moça ali mesmo, cuidando para que ela não pudesse gritar.

Enquanto as outras mulheres dormem, incluindo Eris e Eril, Ferro degola a prostituta que tinha acabado de estuprar, e se esconde junto com o corpo atrás de uma cortina do harém.

De manhã cedo, Madame Rasguette aparece para buscar as meninas. Ela avisa que a festa ocorrerá no castelo, e terá como convidados os chefes de cavalaria que sairão para a guerra contra os velgas. Enquanto a responsável pelo harém começa a conferir a aparência das meninas, uma a uma, para confirmar que todas estão suficientemente atraentes para os guerreiros, Eril resolve esconder a pequena caixinha de chumbo com a energia infernal no interior de seu órgão genital.

Sem conseguir pregar um olho, Ferro observa a movimentação no harém, e se desespera quando percebe que Madame Rasguette deu falta de uma das mulheres:

– Onde está Milene? Alguém viu Milene?*

Enquanto Rasguette acompanha as prostitutas pelas escadarias que dão acesso à parte superior da fortaleza, cinco guardas começam a vasculhar o local, em busca da jovem desaparecida. Sem saber o que fazer, Ferro sai correndo de trás da cortina, em direção à uma das janelas laterais, mas um dos guardas consegue alcançá-lo:

– Um intruso!* – Grita o gaulês, para alertar seus colegas.

O líder da missão leva vantagem na primeira troca de golpes e consegue escapar pela janela. Os guardas continuam atrás dele, e um deles soa uma trombeta para avisar o resto da guarnição sobre a situação. Ferro capota pela escada externa, mas se levanta rapidamente e abre fuga em direção ao pátio. Nesse momento, mais de vinte guardas gauleses já estavam em seu encalço. Um dos vigias sai de uma torre e tenta impedi-lo de alcançar a muralha. Com agilidade, o velga consegue se desvencilhar do sujeito e chega até o topo do paredão. Agora ele teria de saltar uma altura de quatro metros para escapar dali.

Enquanto isso, as prostitutas já estavam seguindo Madame Rasguette por galerias internas e escadarias, até chegarem ao portal lateral do castelo. Um guarda no local começa a revistar todas elas, que usavam túnicas leves, apalpando inclusive suas partes íntimas. Sem pestanejar, quando chega sua vez Eril começa a provocar o sujeito, se agachando para oferecer um pouco de sexo oral. Eris ajuda a irmã no serviço, e as duas conseguem passar pela revista facilmente.

No alto da muralha, Ferro vê que os guardas já apontam arcos em sua direção, e não tem muito o que fazer. Ele salta tentando um rolamento, machuca o ombro na queda, mas consegue se levantar e fugir dali para as montanhas, enquanto vê as flechas zunindo em sua direção. Tinha escapado por pouco, e agora já se adiantava para alcançar o local onde Merlin estava com os cavalos.

Numa antessala do castelo, Madame Rasguette promove os últimos preparativos nas mulheres escolhidas para a festa com os chefes da cavalaria: perfumes, cabelos, maquiagem. Um mordomo da corte chega ao local e avisa que todas já poderiam subir. Eril e Eris então chegam a um amplo salão de mármore, luxuoso, com termas de banho enormes, onde cerca de vinte oficiais da alta corte de Galen conversam e se preparam para a guerra, como num ritual de força. De fato, algumas sacerdotisas pareciam manusear ervas e ingredientes exóticos  e fogareiros para emitir vapores mágicos, cintilantes.

Elas chegam no fim do discurso de um sujeito barbudo, de meia idade, que parece ser o líder da cavalaria alamana em Galen:

– Antes do fim desse mesmo dia, alguns de nós morreremos lutando contra os vermes velgas! Mas quem morrer vai morrer feliz!*

Todos começam a rir, já puxando e agarrando as prostitutas. Eril olha para a irmã, que entende o recado: se quisesse sair dali com vida, era melhor se adiantar. A gêmea ruiva então tenta se desvencilhar dos avanços dos cavaleiros, para fugir do salão o mais rápido possível. Enquanto isso, Eril se deita e começa a manipular a caixinha, como se estivesse se masturbando. Um dos gauleses avança para cima dela, sem saber do perigo.

Quando Eris sai do aposento, chegando à escadaria que dava acesso ao portal lateral do castelo, um guarda estranha a movimentação:

– Onde está indo, prostituta?*

– Corre que deu merda… Vai morrer geral!* – Responde Eris, saindo dali o mais rápido possível.

Após o acionamento de Eril Van Vossen, a energia infernal é liberada da caixinha e desintegra toda a matéria viva que vai encontrando ao redor, quase que instantaneamente. Literalmente pulverizada por dentro, Eril nem tem tempo de ver a reação horrorizada dos oficiais gauleses e alamanos, que viram poeira num piscar de olhos, assim como todas as prostitutas no salão.

Nas escadarias, Eris vê o brilho da Aurora se aproximando, lambendo o guarda que já ficava para trás. A feiticeira salta para tentar escapar, e por milagre tem apenas o calcanhar queimado. Quando a gêmea ruiva se levanta, a Aurora da Morte já tinha se dissipado, deixando o seu típico rastro de horror: nenhuma alma tinha sobrevivido por ali.

Em questão de segundos, o caos toma conta do castelo: os principais líderes da cidadela estavam mortos. Eris aproveita a confusão geral para escapar, e sente que os discípulos de Imperatrix já tinham captado os acontecimentos, a milhas dali. Sem comando, o resto das tropas inimigas não sabia o que fazer. Enquanto isso, as forças da Dokhe e da Hokhe avançam repentimente, e logo destroem as barreiras e torres alamanas no Vale dos Reis, marchando em direção à Galen.

Quando Ferro alcança Merlin, os dois avistam de longe as primeiras baterias da cavalaria velga seguindo para Galen.

– Boa mago Merlin! Sentiu alguma coisa? Se estão avançando, significa que as meninas conseguiram alcançar nosso objetivo.

Merlin se concentra e sente o sacrifício de Eril. Eris Van Vossen, naquele momento, já devia estar seguindo para onde eles se encontravam. Assim que encontram a ruiva, os três partem na direção de Luke. Eles tinham cumprido a missão, e a partir dali o trabalho bruto deveria ser realizado pela cavalaria velga.

No caminho para casa, Ferro, Merlin e Eris percebem que as tropas de Van Hal já tinham ocupado a planície e o Vale dos Reis, após três décadas de controle alamano.

Ainda lamentando as perdas dos principais guerreiros da nobreza de Galen, as forças de defesa não conseguem resistir ao cerco da cavalaria velga. Antes do fim da noite, a cidadela já tinha sido retomada.

Continua: 103. O Ringue dos Verofortes

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